Fechei os olhos e percebi: és tu. Na vigésima terceira hora deste dia feito noite, és tu, a ocupar este espaço que sou eu, no sótão que circunscrevi para as tuas memórias imunes ao pó. É o som do teu riso infiltrado no tijolo das paredes, o teu cheiro impregnado na mobília, e o que és tão natural como o soalho de madeira meio gasto, debaixo dos meus pés - e, no entanto, nunca te piso. Vives em mim; não por mim, nunca para mim. Apenas te atravesso em mais um fenómeno temporal, um acaso espacial onde te ofereço o meu fascínio em pequenos pedaços de quotidiano. Desejo-te, nem sempre assim tanto, porque a ausência não dói todos os dias.
E é isto que tens de mim, as minhas efemeridades.
Mas, de ti, quero guardar tudo o que puder.
wow. that's exactly it.
ResponderEliminarDoce, Debs!.... =) *
ResponderEliminarAmar a sério é ser, trangredir, transpirar, estar sempre numa ebulição, no coração acelerado, numa falta de ar apaixonante. Nas memórias, nas pequenas coisas, na transcrição dele em ti de ti nele. Soube bem amar a sério.
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